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quinta-feira, dezembro 06, 2007

 
Para Serra, ministro fez uso político de exame de alunos

Governador disse que ensino tem problemas no país todo; De acordo com ele, não cabe fazer um "Fla-Flu partidário"

Brasil ficou nas últimas posições em teste de leitura, matemática e ciência; São Paulo não atingiu nem a média nacional

Robson Ventura/Folha Imagem
José Serra em etapa final de competição de matemática em SP


FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador José Serra (PSDB-SP) afirmou ontem que o ministro da Educação do governo Lula, Fernando Haddad, fez uso político dos dados do Pisa, avaliação internacional da qualidade de ensino.
O exame apontou que o Brasil ficou nas últimas posições nas três habilidades avaliadas (leitura, matemática e ciências). E que São Paulo não atingiu nem a média nacional.
Anteontem, Haddad disse: "Com exceção do Distrito Federal, São Paulo é a maior renda per capita do país. Era de se supor que pudesse trazer as médias nacionais para cima".
Ontem, Serra rebateu: "[Para o resultado] não cabe nem prognóstico nem Fla-Flu de natureza partidária como fez o ministro. A questão é muito séria no plano da educação, e a gente precisa trabalhar todo mundo junto nisso".
O tucano disse ainda que "o ministro da Educação não leu direito o estudo. Ele devia ver que as margens de erro são muito elevadas. Por outro lado, São Paulo [representa] apenas 11% do total [da amostra], não daria para puxar [a média]".
Serra admite, porém, que é necessário melhorar a qualidade do ensino em "São Paulo e no país". "O ensino médio tem problemas no país inteiro".
Ministro da Educação na gestão FHC, Paulo Renato Souza também criticou Haddad. "A situação é ruim, mas de nada ajuda ficar tergiversando sobre os dados e botando a culpa em A ou B." Questionou ainda aspectos técnicos. "A amostra do Pisa [9.295 estudantes] não é suficiente para representar cada Estado. O Saeb [exame federal], por exemplo, é feito com uma amostra de 300 mil [na última edição, foram 195 mil]."
O relatório internacional do Pisa traz apenas dados dos países. Quem divulgou os dados por Estado foi o MEC.
Instantes após Serra dizer que "a gente precisa trabalhar junto" na educação, a titular da pasta no Estado, Maria Helena Guimarães de Castro, disse que não é prioridade de São Paulo aderir ao Plano de Desenvolvimento da Educação, do MEC.
O governo pretende, com o plano, melhorar os índices de qualidade. Para isso, conta com a adesão de Estados e municípios a um programa unificado.
Ela afirmou que ações da secretaria, como mudanças no currículo e aplicação de uma avaliação própria (Saresp), não tem deixado tempo livre para a análise do programa federal.
Sem dar detalhes, reclamou da proposta de formação de professores, que "o MEC quer obrigar" a implantar. Ela disse, porém, que as metas do programa são boas. O MEC disse que não irá impor um modelo único de preparação de docentes - só exigirá que haja formação.

Outro lado
Procurado pela Folha, Haddad, por meio de sua assessoria de imprensa, disse apenas ter recebido uma telefonema de Serra, e que conversaram sobre os resultados do Pisa e a possibilidade de adesão ao PDE.
O presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, afirmou que a aplicação do Pisa no Brasil permite, sim, a divulgação dos dados por Estado. Segundo ele, a metodologia mudou em relação à época em que Paulo Renato era ministro. Ainda assim, ele reconhece que houve problemas em alguns locais.


Colaboraram as sucursais do Rio e de Brasília


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http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0612200720.htm
São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007



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No pé do ranking, aluno brasileiro acha que sabe mais ciência do que finlandeses

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quando fazem as provas de ciências do Pisa (exame internacional divulgado anteontem que compara o desempenho de jovens de 57 países), os alunos brasileiros ficam nas últimas posições. No entanto, ao serem questionados sobre o próprio conhecimento da disciplina, eles se mostram mais confiantes até mesmo do que os líderes do ranking, os finlandeses.
Ao responder a um questionário na prova, em 2006, 81% dos brasileiros que fizeram o teste disseram que "geralmente conseguem dar boas respostas a testes de ciências na escola". No Japão, sexto país com melhor desempenho na prova, 29% escolheram essa opção.
Na Finlândia, 69% disseram dar boas respostas, próximo à média de 65% dos 30 países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), entidade que organiza o Pisa.
Os itens em que os brasileiros foram mais reticentes foram "eu consigo entender facilmente novas idéias em ciência na escola" e "temas de ciência na escola são fáceis para mim": 62% concordaram.
Para Marta Barroso, professora do Instituto de Física da UFRJ que já estudou o desempenho dos brasileiros em ciências no Pisa, é natural que alunos que saibam mais sejam mais críticos ao avaliar seu desempenho: "Lembre-se que "quanto mais eu sei, mais sei que nada sei". Certamente um aluno japonês tem mais idéia do que seja aprender e entender ciências que um brasileiro".
Ela diz, no entanto, que também podem ter contribuído o fato de o questionário aplicado aos alunos ser muito longo -com perguntas pouco usuais para o estudante- e a possível percepção do estudante de que responder àquelas questões não era importante ou que poderia ser usado para puni-lo.


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sexta-feira, novembro 02, 2007

 

Enquadramentos

Enquadramentos

(Imagens retiradas do filme El Sur de Granada, de Fernando Colomo, Espanha, 2002)




Panorâmica ou Plano Geral : Mostra uma visão geral de algum lugar, geralmente para indicar o local da acão


Corpo Inteiro

Mostra a pessoa da cabeca aos pés

Plano Americano

Do joelho para cima



Meio Corpo

Da cintura para cima.


Rosto Inteiro



Close

Uma imagem especifica de uma parte do corpo.

 
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0604200712.htm

SP admite erro em registro de roubo a banco

Estatísticas oficiais do governo registraram menos da metade dos casos apontados pela Febraban; secretário mandou revisar dados

Marzagão nega que os números tenham sido manipulados para baixar as estatísticas e crê em falha nos distritos policiais

DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo admitiu ontem que o número de assaltos a banco pode ser muito maior que o informado pela própria pasta nos últimos anos. As estatísticas oficiais do governo paulista registraram menos da metade dos casos apontados pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
"Temos fortes indícios de que esses índices [do governo] não estejam corretos", afirmou o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão.
Ele disse ontem que determinou que todos os números de roubo a banco divulgados desde 2004 fossem revisados. O governo paulista divulga esses dados desde o quarto trimestre de 2004.
O crime de roubo a banco registra uma tendência de crescimento, mas o governo paulista nega que os números tenham sido manipulados para baixar as estatísticas.
Pela contabilidade da secretaria, foram 67 roubos a banco na capital paulista em 2005 e 122 em 2006. Os números da Febraban são bem maiores: 193 ocorrências na cidade de São Paulo em 2005 e 274 casos no ano passado. Nessa comparação, 278 roubos a banco ficaram de fora das estatísticas.
As maiores diferenças foram registradas no primeiro e no terceiro trimestres de 2006. Entre janeiro e março do ano passado, ocorreram 77 roubos, segundo a Febraban, mas a secretaria só computou 29.
Entre junho e setembro, foram 81 ocorrências apontadas pela federação, enquanto o governo só divulgou a existência de 47 episódios.
Mas a diferença entre os números oficiais e os dados do setor bancário pode ser ainda maior. Segundo a assessoria de imprensa da Febraban, as instituições bancárias não são obrigadas a fazer o registro do roubo na federação e casos podem ter ficado de fora.
A Febraban salientou também que as instituições bancárias fazem o registro de todos os casos na polícia e não soube informar o motivo da diferença dos números.
Marzagão tentou afastar a possibilidade de o erro ter sido cometido pela CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento), órgão ligado ao gabinete do secretário que organiza os dados criminais.
Segundo o secretário, a probabilidade maior é de que a falha tenha ocorrido na origem: os distritos policiais. "O equívoco, se confirmado, foi cometido na fonte, de quem mandou a informação", afirmou.
Marzagão, porém, não determinou a reavaliação das estatísticas de outros crimes porque, segundo ele, não há informações reais de que esses números tenham sido adulterados. "Se essa hipótese for levantada, também posso determinar essa avaliação."


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terça-feira, outubro 30, 2007

 
ELIO GASPARI

O oportunismo aborteiro de Sérgio Cabral


O governador que fez vasectomia sugere aborto para desativar a "fábrica" de marginais da favela

QUANDO O GOVERNADOR Sérgio Cabral usou o trabalho do economista Steven Levitt ("Freakonomics") para defender o aborto como política de segurança pública, dizendo que a favela da Rocinha "é uma fábrica de produzir marginal", juntou, num só "bonde", oportunismo, impostura e ignorância.
Cabral é oportunista porque, em setembro de 1996, quando era candidato a prefeito do Rio, descascou seu adversário, Luiz Paulo Conde, por defender o aborto. Nas suas palavras: "Conde foi leviano. O que o Rio precisa é melhorar o atendimento na saúde". Continua oportunista ao tentar reescrever o que disse ao repórter Aluizio Freire, do portal G1, onde sua entrevista está conservada na íntegra.
Cabral praticou uma impostura quando embaralhou uma questão de direito -a decisão da Corte Suprema que, em 1973, legalizou o aborto nos Estados Unidos-, com as estatísticas do crime nos anos 90. A Corte decidiu uma dúvida constitucional: o direito da mulher de interromper a gravidez. Esse é o verdadeiro e único debate do aborto. Nada a ver com o propósito de fechar (ou abrir) "fábrica de produzir marginal". Levitt, por sua vez, indicou que o aborto foi responsável por até 50% da queda na criminalidade americana. Em momento algum apresentou-o como alternativa de controle da natalidade.
Pelo contrário, qualificou-o como "um tipo de seguro rudimentar e drástico". Cabral submeteu-se a uma vasectomia e não terá mais filhos (teve cinco).
Tanto Levitt como a Corte Suprema não atravessaram a linha que o doutor transpôs, vendo no aborto uma modalidade de política pública capaz de produzir segurança. Uma coisa é dizer que houve uma relação de causa e efeito entre a liberação do aborto e a queda da criminalidade. Bem outra é associar o aborto às políticas de segurança pública.
A teoria de Cabral sustentou-se na ignorância. Ele disse que a Rocinha tem taxas de fertilidade africanas. Besteira, elas equivalem à metade.
Em 2000, o número médio de filhos nas favelas cariocas (2,6) era superior ao dos outros bairros do Rio (1,7), mas ficava próximo da estatística nacional (2,1). Quem acha que o problema da segurança está na barriga das faveladas, deve pensar em mudar de planeta. A taxa dos morros do Rio é a mesma do mundo.
Nos anos 70, muitos sábios sustentavam que o Brasil precisava baixar sua taxa de fertilidade (5,8) para distribuir melhor a riqueza. Passou-se uma geração, a fertilidade caiu a um terço (1,9) e o índice de Gini, que mede as desigualdades de renda, passou de 0,56 para 0,57, chegando ao padrão paraguaio. Nasceram menos brasileiros, mas não se reduziu o fosso social.
A tropa de elite pode acreditar que se aprimora a segurança pública com o capitão Nascimento cuidando dos morros e o governador Cabral dos ventres. As contas de Levitt são honestas, suas conclusões são rigorosas e "Freakonomics" é um ótimo livro. Aplicando-se a outros números de Pindorama o mesmo tipo de tortura cerebrina a que Cabral submeteu as conclusões do economista americano, seria possível dizer que a queda de 67% na taxa de fertilidade nacional provocou um aumento de 300% nos homicídios no Rio de Janeiro.


Serviço: o artigo "The Impact of Legalized Abortion on Crime" , de Steven Levitt e John Donohue 3º, está na internet, infelizmente em inglês. É melhor do que o resumo publicado em "Freakonomics".

O TUCANATO E SUA PRIVATARIA DA GIRAFA A Agência Reguladora de Transportes de São Paulo, dirigida pelo doutor Carlos Eduardo Sampaio Dória, ex-presidente da Câmara Municipal da capital, ex-deputado federal e ex-presidente da falecida Telesp, contestou uma nota publicada aqui na semana passada. Nela, sob o título de "Girafa", o signatário considerava esquisitas as condições da prorrogação, em 2006, de dez contratos de concessões rodoviárias que venceriam em 2008. Um deles foi estendido até 2018. O mimo, sacramentado ao apagar das luzes do governo de Cláudio Lembo, assegurou às concessionárias a taxa média de lucro de 20% ao ano, fixado em 1998.
A Agência oferece uma informação relevante a respeito dos critérios que orientaram as exigências e a taxa de lucro das concessionárias: "Foram ambos fixados unilateralmente pelo Estado na origem das concessões, independentemente da conjuntura econômica da época".
Como a variável macroeconômica ficou de fora, o tucanato e as empreiteiras ficam dispensados de repetir que a taxa de lucro médio de 20%, contratada em 1998, deveu-se às incertezas da ocasião. Se entre 1998 e 2006 a taxa de juros caiu de 28% para 12%, azar da patuléia. Os pedágios paulistas, prorrogados até 2018, continuarão a ser os mais caros do país, de longe.
O texto da semana passada tinha o título de "Girafa" em homenagem ao ruminante de cabeça pequena e pescoço grande, que come no andar de cima das árvores. (É lenda a história segundo a qual ela usa a língua para limpar as orelhas.)

FINAS MEMÓRIAS
Saiu um livro precioso nos Estados Unidos. É o diário de Arthur Schlesinger Jr. Ele morreu em fevereiro, aos 89 anos, depois de ter lecionado em Harvard, trabalhado com o presidente John Kennedy e vivido no pedaço mais inteligente e divertido do andar de cima mundial. Dificilmente será editado no Brasil. Aqui vão quatro pedaços dessas memórias de um homem brilhante, cortesão, fofoqueiro e pérfido:

Chelsea Clinton
Do senador republicano John McCain sobre a filha do ex-presidente: "Sabe por que ela é tão feia? Porque é filha ilegítima de Hillary Clinton com Janet Reno". (A senhora Reno, procuradora-geral no governo Clinton, é um armário.)

Lyndon Johnson
Exemplo de empatia com uma platéia dado pelo presidente Johnson ao redator de um discurso para o lançamento de um programa de assistência odontológica: "Quero que você escreva um texto capaz de levar uma velha desdentada da primeira fila a sentir minha mão debaixo de sua saia".

Hillary Clinton
O ator Gregory Peck viu-se sentado numa mesa onde Hillary Clinton estava ladeada por dois professores: "A senhora não tem idéia do prestígio que dá aos acadêmicos sentando-se entre dois deles, quando podia estar ao lado de Gregory Peck". Hillary: "Mas daqui eu passo o jantar olhando para Gregory Peck".

Vinho branco
Sobre coquetéis onde não é servido uísque: "A teoria segundo a qual depois de um dia de trabalho o sujeito precisa de um copo de vinho branco parece-me mais uma prova da decadência da nova geração".


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domingo, junho 17, 2007

 
Amigos, mais um passo firme em direção ao abismo.
Mas...
Quanto a FCA gasta por mes com a operação desse trecho? E quanto fatura?
Um trem semanal, ou diário de combustível dá para manter centenas de quilometros de linha em operação?
E a ANTT?
E a concessão?
E a BR-101 assassina, que vai ficar ainda mais?
E a nossa história cacete!!!!
Nós e essa nossa mania de achar que as coisas vão melhorar, que são eternas. Lamentável.
Porque aqui nos caiu essa maldição?
Eliezer


http://www.odiarionf.com.br/ faça uma busca por trem.
Ferroviários denunciam desativação de trem
Representantes do Sindicato dos Ferroviários estiveram reunidos ontem com os vereadores, Marcos Bacellar (PT do B), Edson Batista (PMDB), Geraldo Venâncio (PDT) e Kelinho( PR) e confirmaram o fim das atividades da Ferrovia Centro Atlânticas na Região. Para justificar a denúncia informaram que só ficarão três funcionários lotados em Campos, porque todos os outros foram demitidos ou remanejados para outro local. Até mesmo os terceirizados foram dispensados.
A posição dos sindicalistas contradiz as explicações que foram dadas dias atrás pelos diretores da empresa quando também estiveram na Câmara. Na oportunidade, eles alegaram que, economicamente, estava inviável a manutenção do serviço de transporte de carga nesse ramal já que estava restrito a somente ao combustível da Petrobras, mas que a empresa estaria aberta a outras propostas.
O presidente do Sindicato dos Ferroviários, Paulo de Tarso, considerou como sendo sem lógica essa afirmação. "Não há argumento que justifique essa atitude. A empresa vem registrando lucro nos últimos anos no corredor que abrange Campos e a região, tanto assim que a participação dos funcionários no lucro da empresa que era de 1.8% em janeiro pulou para 2.4%. Temos informações que comprovam que a empresa vinha recusando contratos. Ela foi procurada por ceramistas que queriam transportar a produção de tijolos de Campos, recusou. Também recusou a proposta da Purax Síntese, como também da Petrobras para transporte de material offshore de Vitória para Macaé e de novos equipamentos e outros, portanto a alegação de que não estava tendo lucro não procede", disse.
Os sindicalistas fizeram um alerta que causou preocupação aos vereadores. De posse de números eles mostraram que os seis milhões de litros de combustível que eram transportados para Campos por trem vão vir agora através de caminhões, o que representará, diariamente, 192 veículos a mais na BR-101. Para eles, a empresa resolveu interromper suas atividades atendendo a interesses próprios e não a questões econômicas como foi alegado.
Paulo de Tarso lembrou ainda que desde que assumiu o controle da ferrovia, a Centro Atlântica mostrou-se disposta a fechar esse "corredor" que compreende trechos entre os Estados do Rio, Espírito Santo e Minas Gerais."Na época da privatização eram 2.700 funcionários. Depois que passou para controle da Centro Atlântica caiu para 1.700. Três meses depois caiu para 400 e agora são 65".
Audiência Pública – Como já existe mobilização em todos os municípios que foram afetados pela decisão da Centro Atlântica, o presidente da Câmara, Marcos Bacellar, propôs que seja feita uma audiência pública com todas as Câmara dessas cidades para que discutam o assunto de forma conjunta. Na próxima segunda feira, haverá uma outra reunião com o sindicatopara definir detalhes do ato. Segundo Paulo de Tarso: "Se todas as cidades se mobilizarem, encontraremos uma solução para impedir o fim do transporte ferroviário".
Earth´s natural resources.
Risco de desabastecimento de combustível
A prevalecer a decisão da Ferrovia Centro Atlântica de acabar com o trem de combustíveis que transportava óleo diesel e gasolina, da Refinaria Duque de Caxias para a base de Distribuição de Cacomanga, em Campos, implicará em risco para abastecimento de postos de gasolina do município e de outras cidades do Sul do Espírito Santo e Sudeste de Minas Gerais.
Administradores do pool informaram que ainda há vagões-tanques carregados na refinaria da Petrobras, com destino a Macaé e Campos, mas admitem o risco de desabastecimento, caso a FCA mantenha a decisão de não renovar o contrato para o transporte dos combustíveis para o Norte Fluminense.
A Base Distribuidora de Cacomanga, em Campos, que abastece cidades do estado do Rio, Espírito Santo e Minas Gerais, recebe combustíveis que chega da refinaria Duque de Caxias transportados pelos trens petroleiros para atender as demandas das regiões. A Base é formada pelo pool de distribuidoras Ipiranga, Petrobras, Shell, Texaco e Esso, e ainda abriga outras quatro operadoras que armazenam combustíveis e cuidam da distribuição de diesel e gasolina para dezenas de municípios das regiões Norte, Noroeste do estado do Rio, e ainda Sul do Espírito Santo e Sudeste de Minas Gerais.
Navio e caminhões – Segundo informações de um operador de Cacomanga, a prevalecer a suspensão definitiva do trem petroleiro, que abastecia Cacomanga com um volume que variava entre três milhões e cinco milhões de litros de combustíveis por dia, o transporte terá que ser substituído por navios (até Macaé) ou por uma grande frota de caminhões, que sobrecarregará ainda mais o chamado trecho da morte da BR 101, que registra um dos mais elevados índices de acidentes e mortes das rodovias federais do Brasil.
Riscos para base Cacomanga - "Não sabemos ainda o que será do pool. Aqui, recentemente foram feitos investimentos na expectativa de que o trem continuasse sendo o abastecedor do pool de Cacomanga. As empresas donas do terminal é que vão decidir se vão colocar frotas de caminhões para continuar operando o terminal ou se vão fazer o transporte direto com frotas da refinaria para os postos. Se isso ocorrer, aqui também haverá demissões", lamentou um operador.
Trem atrasou uma semana - O último trem que partiu da Estação de Campos Elíseos (da refinaria da Refinaria Duque de Caxias da Petrobras-Reduque) para Campos, ficou uma semana retido por causa das demissões dos agentes de Estação e maquinistas de Campos e da Estação de Campos Elíseos. Nesta Estação há um desvio para ramal da linha que acessa o pátio ferroviário da Reduque na Baixada Fluminense). O trem deixou em Macaé 30 vagões com óleo marítimo para atender as operações da Petrobras na Bacia de Campos. Devido as demissões da tripulação, o petroleiro ficou retido cinco dias em Macaé, até que a FCA mandasse tripulantes de Barão de Camargo (MG) para tracionar a composição de 22 vagões-tanques até a Estação de Campos, onde ficou mais dois dias até ser entregue às distribuidoras na base de Cacomanga.
FCA nega ter desativado ramal ENTREVISTA / Marcelo Spinelli
Os ferroviários da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) foram apanhados de surpresa no início da semana, com transferências para outros estados e com a demissão sumária de 65 ferroviários do Corredor Campos, formado por estações da antiga 8ª Superintendência Regional da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA). O fato, publicado em primeira mão pelo jornal O Diário na última terça-feira, dia 21 de maio, 20 dias após o dia do Trabalhador, mobilizou autoridades e ainda gera polêmica, repetindo o drama de famílias de ferroviários mais uma vez atingidas pelo drama das demissões que Campos sofreu na madrugada do dia 30 de setembro de 1996, quando a RFFSA, para ser privatizada, demitiu em massa mais de 500 ferrovi'rios da regional.
Dezenas de trabalhadores de empresas ferroviárias que atuam na prestação de serviços de manutenção da via permanente (via férrea, pontes) e material rodante (locomotivas e vagões) também foram surpreendidos no dia 21 com demissões e aviso prévio. A decisão inesperada gerou polêmica, e levou a Câmara de Vereadores pedir explicações à FCA.
Nesta entrevista, O Diário ouviu o diretor-presidente da FCA, Marcello Spinelli. Ex-gerente de Intermodal da CVRD. Ele nega que a empresa vá desmobilizar a ferrovia entre o Rio de Janeiro e Vitória. Spinelli assegura que a FCA não vai desativar o ramal, e que as medidas fazem parte de um plano de reestruturação da empresa, que analisa o fluxo de cargas. No entanto, disse não ter previsão sobre a retorno dos trens cargueiros.
Jualmir Delfino

O Diário - Temos a informação de que FCA vai desativar o trecho ferroviário entre o Rio e Cachoeiro do Itapemirim, mas a assessoria de Comunicação da empresa nos informou que as demissões fazem parte de um plano de reestruturação, enquanto faz uma avaliação do fluxo de cargas na região. Mas é preciso demitir para reestruturar?
Spinelli -
Não podemos desativar o ramal. Temos um contrato de concessão para transporte de cargas. Infelizmente a empresa tem agora a necessidade de alguns desligamentos que fazem parte de um programa de reestruturação. Estamos fazendo uma avaliação do plano do fluxo de cargas, e neste momento, por uma necessidade estratégica de sobrevivência da empresa, como ocorre com outras em momentos especiais, precisamos dar um passo atrás, para depois, darmos muitos outros adiante, com firmeza.
O Diário - E quando a empresa vai dar um passo adiante, no sentido da retomada do transporte de cargas na região de Campos?
Spinelli -
Ainda estamos avaliando e, no momento, a empresa cuida da reestruturação. Claro que a empresa não faz desligamentos sem razão, até porque temos um plano de valorização dos recursos humanos, levado a sério com filosofia da responsabilidade social. No momento certo, as coisas voltam à normalidade.
O Diário - Presidente, a Companhia Vale do Rio Doce é hoje acionista majoritária da FCA. O carro-chefe da empresa é o minério. Funcionários reclamam do corporativismo e informam que a empresa desmobilizou um frota de vagões e algumas locomotivas da frota de Campos para trechos estratégicos da Vale, como em Morro Grande (ES) e Barão de Camargo (MG), onde a empresa tem interesse especial pelo minério. Essa informação procede?
Spinelli -
A Compahia Vale do Rio Doce faz sua gestão num processo claro de governança corporativa, e a empresa não tem nenhuma interferência na decisão da FCA.
O Diário - Mas a FCA é uma empresa estruturada e organizada, e certamente, ao deflagar um plano de reestruturação, criou um cronograma. Neste cronograma não há uma previsão de quando será retomada a circulação dos trens? O senhor não tem uma previsão pelo menos? Na avaliação do fluxo de cargas, há alguma previsão de mudanças, como novas cargas, novos clientes?
Spinelli -
Eu seria leviano se falasse em prazo agora. Mas como disse, estamos recuando agora, porque é hora de dar um passo atrás, e daqui a pouco, estaremos dando passos, firmes, à frente.
O Diário - O passo atrás está sendo dado agora, e o passo adiante? Será dado daqui há alguns meses, um ano? A Petrobras, por exemplo, continua com interesse no transporte de combustíveis através de via férrea, que é feito há mais de 20 anos para Cacomanga. O que motivou a desmobilização dos trens?
Spinelli -
É uma questão de fluxo de cargas e custos de manutenção. No caso do trem de combustível o desinteresse parte do cliente. Recentemente, há pouco mais de dois anos, transportávamos 22 milhões de toneladas/mês, e agora caiu para seis milhões de toneladas/mês. Por isso estamos analisando.
O Diário - Mas o que levou a essa queda? Soubemos que a FCA não teve interesse pela renovação do contrato. Por quê?
Spinelli -
A empresa deve ter optado por outro modal (por rodovia, por exemplo). Existia no Brasil um falso domínio e vantagens vistos no transporte ferroviário, mas depois da privatização, com as exigências da agência reguladora dos transportes neste setor (ANTT), a coisa mudou. As exigências e os custos para manter a operação de cargas por ferrovias encarece este modal. A empresa precisa investir muito e nem sempre as demandas não justificam os investimentos.
O Diário - Mas há pouco tempo a FCA investiu significativamente no trecho da ferrovia entre a Estação de Praia Formosa, no porto do Rio, e Campos. Por que agora este investimento fica perdido? Esta região oferece, pelo menos ao que parece, demandas para o transporte ferroviário.
Spinelli -
A FCA sobrevive de transporte de cargas de clientes. Mas precisamos avaliar o fluxo de cargas e isso está sendo realizado.
O Diário -As usinas de açúcar da região transportam açúcar para o Rio de trem durante e depois da safra; a região é produtora de álcool e as demandas pelo álcool crescem porque a Petrobras mistura álcool anidro à gasolina na Reduque, em Caxias; os ceramistas têm interesse no trem para escoar para o Rio telhas e tijolos da Baixada Campista, de onde saem em cerca de 400 caminhões/dia; a fábrica da Purac Sinteses tem carga suficiente para 10 PEDs (um trem de vagões plataformas) por dia de ácido lático, para exportar pelo porto do Rio; a usina Santa Cruz tem desvio que leva o trem dentro do armazém para carregar de açúcar para o Rio. A Petrobras constrói gasoduto Cabiúnas-Vitória e tem interesse no transporte de tubos, que era feito durante anos. A Schulz vai exportar tubos, o litoral da região vai ter portos e estaleiro. Isso não viabiliza o trem, presidente?
Spinelli -
Você está me falando de coisas que sinceramente eu desconhecia. Mas para cada cliente há necessidades especiais para atendimento. Você não pega a carga dele num lugar e entrega onde ele precisa, com a mesma facilidade que se faz no modal rodoviário (via caminhões), que tem logística mais simples. A FCA é uma empresa de transporte de cargas e precisamos de cargas para sobreviver. É por isso que estamos analisando o fluxo de cargas para viabilizar a reestruturação da empresa.
Política
FCA alega que fará uma reestruturação no ramal Ferrovia nega decisão de extinguir cargueiros
Ferroviários demitidos e remoção de locomotivas para outros ramais são claros indícios da decisão de suspensão das atividades da Centro Atlântica
Jualmir Delfino

A decisão de parar a circulação de trens de cargas na região de Campos, com o fechamento de oficinas e estações estratégicas para o modal ferroviário, como a estação de Praia Formosa (no porto do Rio de Janeiro), a de Macaé, (que atende a base de negócios da Petrobras) e a de Cachoeiro do Itapemirim (ES) foi uma decisão que atende aos interesses da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), mineradora que se tornou acionista majoritária da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e que concentra suas atividades de negócios no eixo Vitória-Minas. A denúncia é dos maquinistas demitidos e é guardada com reservas pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários do Estado do Rio de Janeiro, Paulo de Tarso Pessanha Ferreira, que defende os interesses dos 65 ferroviários demitidos, em Campos, na manhã desta segunda-feira. O Diário ouviu, ontem, o diretor-presidente da FCA, Marcello Spinelli, que até, recentemente, era o gerente de Intermodal da CVRD.
Marcello Spinelli negou, categoricamente, o corporativismo, que é proibido por força do edital de privatização. "A Compahia Vale do Rio Doce faz sua gestão num processo claro de governança corporativa e a empresa não tem nenhuma interferência na decisão da FCA", refutou o executivo.
Os maquinistas demitidos lembram, desconfiados, que a FCA chegou "a investir pesado" no denominado Corredor Campos (entre o Rio e Campos), fazendo a reestruturação da ferrovia. Entretanto, segundo relatam, depois a Vale do Rio Doce mudou de planos. "A partir do momento que a Companhia Vale do Rio Doce conseguiu adquirir a maior parte das ações da FCA, a empresa passou a reduzir, gradativamente, o número de clientes, e, conseqüentemente, o número de vagões em circulação. Até o trem de combustível que durante muitos anos era um dos grandes contratos de frete com Petrobras, foi relegado. A Petrobras fez de tudo para renovar o contrato com a FCA, mas a empresa fez uma série de exigências, colocando dificuldades para continuar com o frete porque o objetivo era mesmo acabar com os trens e desativar a operação de cargas. Isso foi feito com outras empresas interessadas em transportar suas cargas de Campos para Porto das Caixas e para o Rio", acrescentaram dois maquinistas, que pediram para preservar suas identidades.
Trem parados - Devido as demissões dos maquinistas, de agentes de estação e dos respectivos auxiliares e ainda do pessoal de manutenção de locomotivas e vagões, não há mais a circulação de trens de cargas entre Campos, Macaé e Rio de Janeiro, nem entre Campos e Cachoeiro do Itapemirim (ES). A operação de trens encontra-se paralisada até mesmo o trem de frete mais caro do modal ferroviário na região, que é o "petroleiro", que transportava da Reduque para Campos e região, gasolina e o óleo diesel. O ramal Campos-Recreio, em Minas Gerais, por onde a RFFSA transportava tubos de aço para a Petrobras, minério de ferro para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e placas de aço para Vitória, já estava obsoleto há cerca de dois anos, exceto o trecho de oito quilômetros entre Campos e a Usina Santa Cruz do grupo CBAA, onde locomotivas e vagões da FCA buscaram açúcar até a safra passada, para exportar pelo porto do Rio de Janeiro.
NOTA DA REDAÇÃO - Na edição de amanhã, O Diário publicará uma entrevista exclusiva com o diretor-presidente da Fundação Centro Atlântica, Marcello Spinelli.
Efeitos do trem na rodovia da morte
A paralisação do trem de combustíveis de Caxias para a Base Distribuidora da Petrobras, em Campos, vai implicar no aumento significativo na quantidade de caminhões trucados e carretas-tanques, circulando na BR-101 e outras rodovias do Norte/Noroeste Fluminense, para suprir a falta do trem de combustível. Para atender as demandas do combustível, a denominada "Rodovia da Morte" vai receber uma nova frota de pesados perigosos para transportar cerca de 5 milhões de litros de combustíveis (diesel e gasolina), que, diariamente, eram transportados nos vagões-tanques, através da ferrovia, agora sem operação de cargas. Poderá faltar combustível - O abastecimento destas regiões é feito há mais de 20 anos, através do pool de distribuidoras de derivados de petróleo, sediada na Base Distribuidora Cacomanga, instalada pela Petrobras nos anos 80, na localidade de Tapera, a sete quilômetros da Estação de Campos. O trem petroleiro é uma composição especial de combustíveis que durante anos, até os primeiros anos de operação da FCA, transportava entre 48 e 75 vagões-tanques.
Câmara quer explicações da Centro Atlântica
Ontem, a Câmara Municipal aprovou proposição do verador Geraldo Venâncio que cobra explicações da FCA
A notícia que a Ferrovia Centro Atlântica está interrompendo suas atividades, em Campos, provocou a reação da Câmara Municipal que, ainda nesta semana, vai enviar um ofício a direção da empresa solicitando informações sobre a medida. O questionamento dos vereadores é que o fato se deu, exatamente, no momento em que o município esboça uma reação econômica, a partir da implantação de algumas empresas que, necessariamente, irão utilizar o transporte ferroviário. "Vamos cobrar da empresa um esclarecimento sobre o assunto. Temos a informação que 65 trabalhadores foram dispensados em conseqüência dessa situação. Qual foi o motivo real que levou a ferrovia a interromper suas atividades no município, quando temos alguns projetos importantes em desenvolvimento que necessitarão desse tipo de transporte?",disse o presidente da Câmara, Marcos Bacellar (PTB). O vereador Geraldo Venâncio, que foi o autor da proposta de cobrar da Centro Atlântica uma explicação, afirmou que isso é bastante preocupante porque transporte ferroviário, em Campos, sempre foi uma tradição e de uma hora para outra, essa decisão é tomada sem que houvesse qualquer tipo de compromisso com o município. Como ponto dessa preocupação ele cita a inauguração da fábrica da Schulz, que, certamente usará o transporte ferroviário para escoamento da sua produção, assim como os portos projetados para Barra do Furado e Açu, que também necessitarão desse tipo de transporte. "Temos que perguntar a Deus porque a nossa cidade está sendo tão severamente punida. Agora mais essa: a ferrovia anuncia que vai parar de atender a Campos, colocando pessoas na rua e causando um problema que vamos começar a dimensionar a partir de agora. Não entendemos como, nesse momento, a empresa simplesmente interrompe suas atividades, como se o transporte ferroviário não fosse importante para Campos. Vamos cobrar da empresa uma explicação", disse Venâncio.
FCA desativa ramal histórico Possível desabastecimento de combustível
A antiga estação do Saco ficará completamente inoperante sem a carga
Jualmir Delfino

Decadência da ferrovia. O que parecia inacreditável para os últimos ferroviários da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) em Campos, remanescentes da Rede Ferroviária Federal SA (REFFSA) - aconteceu na manhã de ontem: os ferroviários foram demitidos, sumariamente, e a FCA torna inativo o principal trecho da antiga e histórica linha tronco Rio-Vitória, que faz a ligação dos portos de Praia Formosa (Rio) e Tubarão (Vitória). Foram demitidos 65 ferroviários e o trem petroleiro que abastece de combustíveis Campos e cidades do Norte Fluminense e ainda cidades do Espírito Santo e Minas, está retido em Macaé com duas locomotivas e vagões-tanques, com cerca de 560 mil litros de óleo diesel com destino a base Cacomanga, da Petrobras, em Campos.
A decisão teria sido tomada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), holding da FCA, que tem sede em Belo Horizonte e mandou a Campos o gerente Geral do Corredor Campos, Marcos Araújo, que providenciou a contratação de seguranças particulares que até impediram a entrada na empresa dos dirigentes do Sindicato dos Ferroviários do Estado do Rio de Janeiro.
Demissão matutina - Às 8h30 de ontem, maquinistas, auxiliares de maquinistas, mecânicos e eletricistas estavam demitidos. Os maquinistas demitidos informaram que "todos os procedimentos do transporte ferroviário de cargas estão desativados desde sexta-feira", informaram. "Pararam as estações de Campos, Cachoeiro e Praia Formosa, no Rio. Dos cerca de 25 funcionários da oficina de Campos, a maior parte foi demitida; cinco foram transferidos para Recreio (MG) e oito funcionários permanecem na oficina até final de junho, quando, segundo dirigentes sindicais, a empresa vai desativar os serviços de manutenção", informou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários do Estado do Rio de Janeiro (STFRJ), Paulo de Tarso Pessanha Ferreira, que veio do Rio de Janeiro para tentar evitar as demissões e que acabou impedido de entrar na empresa, pela manhã.
O diretor do STFRJ, Gabriel Almeida, informou que os vagões e locomotivas da frota do chamado Corredor de Campos vão ser levados para as linhas da FCA em Minas Gerais e Espírito Santo e passam a atuar em ramais ferroviários onde a empresa transporta minério. Vagões-gôndolas e locomotivas de Campos que não foram para a sucata vão ser aproveitados no trecho entre Morro Grande (Cachoeiro do Itapemirim) e Vitória, fazendo o transporte de calcáreo para Tubarão. Outras locomotivas e vagões vão ser destinados ao trecho ferroviário entre Barão de Camargo (MG) e Três Rios para o transporte de bauxita.
FCA desmente que paralizou operações de cargueiros
A Redação tentou falar com dirigentes da empresa e, à noite, a assessoria de Comunicação da Ferrovia Centro Atlântica desmentiu as informações. "A FCA está reestruturando suas operações na região de Campos, Rio Bonito e Macaé, mas continua operando trens, enquanto avalia seu fluxo de cargas". "A FCA não paralisou suas operações de cargas em Campos. No momento a empresa está fazendo avaliação. Infelizmente foi necessário desligamentos, mas a diretoria ainda está trabalhando na reestruturação das operações", disse ontem à noite, do Rio de Janeiro, por telefone, a funcionária da área de comunicação da empresa, que tem sede em Belo Horizonte.
Contudo, a assessora, ratificou por telefone, a informação de um sindicalista, sobre o fim do trem de passageiros, que transporta moradores de Guarus para a antiga Estação da Leopoldina.
O diretor do Sindicato dos Ferroviários, Gabriel Almeida informou que o trem de pasageiros somente continua funcionando até o dia 15 de junho, por força de um contrato provisório com a Prefeitura de Campos.
Trem de passageiros acaba dia 15
"A partir de hoje (ontem) o trem já funcionou com a tripulação (um maquinista e um auxiliar de maquinista) que a empresa trouxe de Cachoeiro do Itapemirim (ES). O trem de derivados (óleo diesel) com destino a Campos, está em Macaé, à espera de uma tripulação treinada para transporte de inflamáveis, que virá de Minas para prosseguir com o trem de Macaé até o terminal de Cacomanga, na Tapera, em Campos", informou Almeida, que é maquinista e escapou da demissão porque tem imunidade sindical.
Tráfego pesado piora trânsito
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No detalhe, a barra de ferro da ponte de trem que caiu ontem, em Campos, onde o trânsito está uma loucura principalmente devido ao trafego de caminhões
Um acidente provocado pelo não cumprimento às normas provisórias estabelecidas no trânsito de Campos desde a enchente de janeiro e fevereiro últimos passou longe dos olhos de guardas civis municipais que controlam o tráfego de veículos no Centro da cidade por 24 horas. Uma barra de ferro que compõe a estrutura inferior da ponte da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) ficou pendurada na Avenida 15 de Novembro, no Centro.
A hipótese mais provável é que um caminhão com mais de 3,5 metros tenha provocado o acidente, apesar de o comandante da Guarda Civil Municipal (GCM), major Francisco Balbi, afirmar que não houve furo no bloqueio montado para impedir que o tráfego da Rodovia BR-101, nos dois sentidos (Campos-Rio de Janeiro/Campos-Vitória), passe por dentro da cidade.
Major Balbi acredita que pode não ter sido um caminhão que provocou o acidente, mas se foi ele crê que o caminhão pode ter saído dos bairros da cidade por não ter passado pelo bloqueio dos guardas municipais. Esse pode ter sido o primeiro de ontem numa série de problemas existentes no trânsito de Campos toda sexta-feira. O comandante Balbi informou que diariamente existem 86 guardas espalhados por toda a cidade e na sexta há um aumento de 20% no efetivo. "Não sei exatamente o porquê, mas na sexta-feira o tráfego é mesmo aumentado", admitiu.
Nas duas pontes liberadas para transporte em Campos, que leva motoristas de Norte a Sul do país, não foi diferente. Tanto quem ia como quem vinha de Guarus foi obrigado a enfrentar uma grande retenção de veículos nas cabeceiras das pontes. No período da manhã, o maior movimento foi registrado até as 10h. O bloqueio da GCM está montado nas ruas Rocha Leão, no Centro; Tancredo Neves, em Guarus; Avenida Hélion Povoa, no Centro; pontes Saturnino de Brito (Lapa) e João Barcellos Martins, entre outros. O trabalho dos guardas é auxiliado por placas de sinalização que indicam o trajeto correto para motoristas que vêm de fora.
O percurso correto para os motoristas que vêm do Rio de janeiro, por exemplo, é seguir pela estrada dos ceramistas, um retorno no trecho da RJ-216 (Campos/Farol de São Thomé) e em seguida o destino é a Avenida Presidente Kennedy, no Bairro Jóquei-Clube para acessar a Avenida Alberto Lamego, Sete de Setembro, rua dos Goitacazes e finalmente a Ponte da Lapa, para veículos que pesam até 20 toneladas. No sentido Vitória/Campos, a opção para os motoristas é acessar a Ponte Rosinha Garotinho no horário permitido, entre 22h e 6h, passar pela Beira-Valão e Avenida Nilo Peçanha, com destino ao Rio de Janeiro.
Ponte de ferro pode virar rodoferrovia para safra (deve ser noticia antiga)
A obra de adequação da ponte férrea custa, aproximadamente, 3 milhões de reais e tem prazo de 4 meses
A direção da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), concessionária da malha ferroviária na região Centro-Leste do país, calculou em cerca de R$ 3 milhões o custo das obras de adequação da ponte ferroviária sobre o Rio Paraíba do Sul para o tráfego de veículos automotores. De acordo com o levantamento dos engenheiros da FCA, o prazo para a conclusão das obras seria no máximo de quatro meses. Nas próximas horas, representantes de entidades empresariais, dos produtores rurais, prefeitura e da própria empresa ferroviária deverão estar reunidos para a discussão do assunto, informou o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Adão Faria. A Acic encaminhou pedido de estudos à FCA para a utilização da ponte, a fim de diminuir as dificuldades do transporte na cidade, devido a interdição de outras pontes, após as últimas enchentes no início do ano.
Após a análise de engenheiros da FCA, em Belo Horizonte, o estudo apontou a necessidade de modificações na ponte ferroviária, além de obras de melhorias no trajeto Guarus-Centro de Campos, numa distância de cerca de 600 metros, a contar da extremidade da ponte, e no trajeto Centro-Guarus, com distância aproximada de 900 metros, também a partir do outro extremo da ponte. As obras constam de nivelamento do aterro com uma largura mínima de cinco metros, visando a segurança das comunidades; a compactação e pavimentação com asfalto de todo percurso que precede a ponte; a realização do estrado da ponte; retirada dos dormentes e aplicação de laje de concreto em toda a extensão (a utilização de uma superfície metálica é inadequada, devido à estrutura da ponte, conclui o estudo); a sinalização adequada e direito de passagem de apenas um veículo por vez ; a limitação de 3,5 metros de largura para o tráfego de caminhões; além da iluminação de todo trajeto.
Obra depende de autorização expressa da ANTT
No documento encaminho à Acic, a Ferrovia Centro Atlântica esclareceu que a ponte é um bem arrendado à empresa e tem como função permitir a ligação ferroviária entre o centro de Campos e Guarus. Para descaracterizar a ponte, a FCA precisará de prévia autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Departamento de Infraestrutura Terrestre (Dnit), mediante apresentação do projeto. A ponte será utilizada como rodoferrovia, permitindo o tráfego de trens e veículos automotores. O presidente da Acic, Adão Faria, disse que a obra deve ser custeada pelo poder público. "Vamos nos reunir ainda amanhã (hoje) para chegarmos a uma conclusão. O que não pode acontecer é o aumento da soma de prejuízos que vem tendo as classes produtoras", afirmou.